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M.M. Izidoro

2019 não foi um ano fácil

ECOA

28/12/2019 04h00

Não importa sua posição política, sua cor de pele, sua orientação sexual, seu peso ou sua altura. 2019 trouxe aprendizados para todo mundo.

E o texto de hoje é sobre isso. Aprendizados.

É assim que devemos ver as adversidades que a vida nos impõe. Por que se tem uma coisa que as dificuldades são boas em fazer, é nos ensinar alguma coisa.

Pensa comigo. Um dia você já caiu muito aprendendo a andar. Já enrolou as palavras aprendendo a falar. Provavelmente deu uns arranhões no carro aprendendo a dirigir. Mas hoje, você está aí correndo sem nem pensar sobre. Falando até mais de uma língua fluentemente. Escolhendo ou não dirigir, por que sai mais em conta pegar um carro de aplicativo.

2019 nos obrigou a olhar para dentro e nos perguntar, "E aí? O que eu faço agora?". Alguns fizeram isso por só alguns segundos. Outros passaram o ano inteiro com essa pergunta ecoando na cabeça. Essa é uma pergunta que a gente sempre faz em momentos específicos da vida. Quase sempre aqueles momentos grandes como casamentos, filhos, escolha de profissão.

O que foi diferente em 2019 é que a gente foi obrigado a se perguntar isso a todo momento. Estamos passando por um momento de grandes mudanças em todos os níveis da sociedade e isso está mexendo com cada um de nós profundamente. Isso não é de hoje, mas parece que esse foi o ano que todo mundo sentiu isso.

Seja com a democratização da tecnologia e do conhecimento. A crise climática. O empoderamento feminino. O começo do fim do sistema capitalista como a gente viveu no século XX. A mudança está acontecendo para todo o lado e nåo tem para onde a gente correr. Foi isso que esse ano trouxe globalmente, a incerteza da mudança.

Mudar não é fácil. Mudança é deixar para trás tudo aquilo que a gente conhece – seja bom ou seja ruim – para ir atrás de algo novo e incerto. A mudança machuca e é desconfortável por que ela nos obriga a rever nossas crenças. Se precisamos rever nossas crenças, a gente precisa rever o que faz da gente a gente. Autocrítica e assumir que estamos errados são duas das coisas mais difíceis que podemos fazer, e é por isso que mudar é tão difícil.

Mas se esse caminho é difícil, a recompensa do outro lado é de um valor incalculável. Que seja o outro lado de um caminho de cura, de uma viagem, de uma paixão, de um sonho. A gente só vai ter esse prêmio se a gente aceitar o desafio e chegar lá com todos os aprendizados que a gente teve pelo caminho.

2019 foi o ano que mostrou que temos de mudar. Esse foi o ano que mostrou muito das nossas falhas sociais e individuais. Ele mostrou que não temos mais muito tempo para ajudar a cuidar do planeta, da nação, da cidade, do vizinho e de nós mesmo.

Se 2019 foi esse ano, que 2020 seja o ano que a gente comece a pôr em prática todas as soluções e aprendizados que a gente teve esse ano. Não importando o quanto doeu, o quanto de cicatriz nós ganhamos no caminho e nem o que deixamos para trás nesse processo.

Não importa o quão difícil seja, como diriam os poetas:

"Mas iremos achar o tom
Um acorde com lindo som
E fazer com que fique bom
Outra vez o nosso cantar
E a gente vai ser feliz
Olha nós outra vez no ar
O show tem que continuar"

Sobre o Autor

M.M. Izidoro é contador de histórias e criador da campanha #EuEstou, para promover a saúde mental e a prevenção do suicídio entre adolescentes no Brasil

Sobre o Blog

A cada 15 dias, vamos contar notícias boas da vida real que aconteceram com gente de verdade como eu e você